Os bondinhos de Fortaleza

PRAÇA DO FERREIRA- 1939

Em agosto de 1875 foi assinado o contrato para o assentamento dos trilhos para os bondes de tração animal, a ligação seria do centro de Fortaleza aos seus bairros.

Os bondes eram movidos unicamente por tração animal em seus 4.210 metros de trilhos, que eram administrados pela Cia. Ferro Carril do Ceará. Em 1912 os direitos são transferidos para a companhia inglesa “The Ceará Light & Power Co. Ltd.”, que passa a explorar os bondes puxados a burro e ao mesmo tempo, instala os de tração elétrica, que começaram a circular a partir de 1913 e vão até 1947, quando desaparecem do cenário.

No dia 09 de maio de 1912 é lançada a pedra fundamental da Usina e Casa de máquinas para os bondes elétricos, no passeio público, onde ficaria a usina. A estação central era no chamado “Calçamento de Messejana”, hoje, Rua João Brígido.

BONDE DE TRAÇÃO ANIMAL
Em 09 de outubro de 1913, as 16:30 hs., tem início o funcionamento da Usina do Passeio Público e dos bondes de tração elétrica, em substituição aos de tração animal. A primeira linha saia da Praça do Ferreira pela Major Facundo, seguindo pela Pedro I, Parque da Liberdade, Rua Floriano Peixoto, voltando à Praça do Ferreira. Os bondes de tração animal permaneceram por mais algum tempo no cenário, até serem substituídos totalmente.
BONDE NA RUA MAJOR FACUNDO

No dia 12 de janeiro de 1914 foi inaugurado os bondes de tração elétrica da linha da praia, mesmo dia em que circulou pela última vez, um bonde de tração animal. Dois meses mais tarde, no dia 05 de março de 1914, o tráfego de bondes é suspenso pelos administradores da companhia, por falta de segurança, em virtude da invasão dos jagunços de Juazeiro do Norte. A cidade estava entrincheirada.

Em 19 de maio de 1947, circula o último bonde elétrico em Fortaleza, era o fim do primeiro sistema de transporte público do Ceará, que funcionou por 34 anos. Não restou sequer um exemplar para servir de mostra à posteridade. No dia 11 de novembro de 1948 os trilhos começam a ser retirados e não se sabe o destino dos mesmos.

Essa época de desenvolvimento urbano, lutas por poder e o glamour da sociedade fortalezense, estão registrados somente em velhas fotografias que o grande historiador Miguel Ângelo de Azevedo, o “Nirez”, não deixa serem destruídas pelo tempo e falta de interesse das novas gerações. Graças a ele, nossa história se mantém viva.

Colaboração e fotos: Arquivo Nirez
Jaqueline Aragão Cordeiro

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