Pedro Franklin Théberge nasceu em 1811 em Marcé, na França. Em 1832 obteve o título de Bacharel em Letras pela Universidade de Paris. Pela mesma instituição doutorou-se em Medicina em 1837, ano em que foi para Pernambuco. Em 1842 foi uma das pessoas que recepcionou o engenheiro Vautier em Recife e em 1845 mudou-se para o Ceará, chegando em Icó em 1845, acompanhado de sua esposa Elisa Soulé Theberge e de seu filho Henrique Theberge.
Além de ter exercido a medicina, Pedro Théberge escreveu um trabalho pioneiro para a historiografia cearense, o “Esboço Histórico sobre a Província do Ceará”, editado por seu filho, o engenheiro Henrique Théberge no final do século XIX.
Porém, sua ação não ficou restrita à medicina, nem tão pouco à função de Historiador, Pedro Théberge participou ativamente das problemáticas urbanas da cidade de Icó e de toda a Província. Foi um dos componentes da Comissão de Obras da Casa de Câmara e Cadeia de Icó, sendo o autor de um risco neoclássico para o edifício no ano de 1759.
Projetou a fachada do Teatro do Icó, também com traço neoclássico, e um cemitério para a cidade ao lado da Igreja do Monte, além de elaborar um Mapa Topográfico da Província. Foi ainda o idealizador de uma companhia de transportes ligando o Icó à cidade de Aracati, no litoral, a Empresa União Cearense, que tinha por objetivo facilitar o transporte dos mais diversos gêneros pelo rio Jaguaribe, foi também, o idealizador da construção do cemitério local. Pedro Theberge não só idealizou o teatro da ribeira, como o construiu com seus próprios recursos.
Em fevereiro de 1862, o Ceará foi invadido por uma epidemia de cólera que matou grande parte da população. Icó foi a cidade mais atingida por ser a mais populosa. Eram médicos os Drs. Pedro Theberge e Rufino de Alencar. O Jornal “Pedro II”, em sua edição 88 de 19 de abril de 1862, destaca o empenho dos dois doutores que de mãos dadas, cooperaram para a salvação do maior número de pessoas. Nessa época, todos os prédios de Icó eram usados como enfermaria, o teatro da ribeira, as igrejas, etc.
Faleceu no dia 08 de maio 1864, vítima da cólera. Seus restos mortais repousam no Santuário do Senhor do Bonfim em Icó.
Fonte: altionoafonso.com / Instituto do Ceará – O Cólera-Morbus no Ceará
Jaqueline Aragão Cordeiro