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Coisa de Cearense
Jaqueline Aragão Cordeiro
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Entre histórias, cultura e os caminhos do nosso turismo, celebramos os encantos do povo cearense: saberes, curiosidades e tradições que embalam a alma do nosso lugar.

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Os escravos Iria e Luiz

Jaqueline Aragão Cordeiro, 19 de novembro de 201022 de agosto de 2017

Era viúva em Quixeramobim, Joaquina Eufrazina de Almeida, esta, mantinha um caso amoroso com Thomaz Pinto Pereira, que sempre a visitava em horas impróprias da noite. Em certa ocasião, este esbofeteou a mulata Iria, escrava estimada pela viúva. Revoltada, Iria procura o preto Luiz, escravo que mantém grande amor por ela, mas esta sempre o rejeitou, sem jamais corresponder a um carinho seu, ela promete, que se ele matar Thomaz atenderá aos desejos dele.  Cheio de esperança e movido pelo amor que sentia pela maliciosa Iria, trata de armar um plano. Como já era sabido, Thomaz sempre visitava a viúva durante a madrugada, então, na noite do dia 6 de dezembro de 1836, Luiz arma uma emboscada e quando o outro segue para  a costumeira visita, é assassinado com 14 facadas, a mesma faca que a vítima havia lhe pedido para amolar. Durante o ataque, Thomaz ainda consegue gritar “Quem me mata é Luiz, escravo de João Pimenta”.

http://alfarrabiosjr.zip.net/images/Rapazes_espertos.jpg
CASAL DE ESCRAVOS PINTADOS POR RUGENDA

O inquérito foi instaurado,  e concluído em 19 de maio de 1937. No Mesmo mês, dia 27, foram a julgamento Iria e Luiz. A sessão foi presidida pelo Juiz Dr. Antonio José Machado, pelo promotor público Geraldo Correia Lima e pelo escrivão Raymundo Cândido Ferreira Chaves. Luiz foi condenado a pena de morte e Iria a prisão perpétua com trabalho nas cadeias de Pernambuco. Os réus recorreram ao júri da capital da província, que manteve o veredito.

No dia 17 de março de 1840, aos 28 anos, após se confessar e comungar, Luiz foi encaminhado para a execução, o condenado seguia algemado, sem chapéu, vestido com uma camisa branca e calça de riscado de listas vermelhas, ladeado pelo Padre Antonio Francisco Sampaio e o seminarista José Bento Barbosa, que conduzia na mão a imagem de Cristo. Na hora da execução, sendo necessário vendar os olhos de Luiz, o juiz municipal Alexandre Caminha, forneceu um lenço branco de uso pessoal. O enforcamento se deu as 9 horas da manhã.

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Patíbulo

A escrava alforriada Ignácia era cega e mãe de Luiz, na hora da execução encontrava-se na casa do farmacêutico José Teixeira Castro, que ficava bem na frente  ao patíbulo. Rompendo-se em lágrimas, tinha a pobre mãe, diversas síncopes, enquanto se realizava o suplício do filho, verificou-se também pranto entre os observadores do enforcamento.

Luiz foi enterrado na capela de Nossa Senhora do Rosário dos pretos, Construída e frequentada pelos escravos, naquela cidade.

Fonte: Revista do Instituto do Ceará – A pena de morte em Aracaty
jaqueline Aragão Cordeiro

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