GOVERNADORES DURANTE A DITADURA MILITAR
Virgílio Távora (1963-1966). Governo iniciado em 1963 fechou o ciclo de institucionalização democrática e terá prosseguimento ao longo do sistema implantado pelo golpe militar de 1964. O coronel Virgílio elegeu-se pela chamada “União Pelo Ceará”, reunindo UDN e PSD e tendo como companheiro de chapa o deputado Joaquim de Figueiredo Correia. Durante o seu governo, foi criado o Distrito Industrial de Fortaleza, inaugurou-se o Banco do Estado do Ceará (BEC), a Companhia Docas do Ceará, promoveu-se o saneamento das finanças públicas e deu-se início ao asfaltamento da malha viária até então mantida precariamente com embasamento de piçarra.
Plácido Castelo (1966-1971). Nascido sob a influência do recém-implantado regime militar, o governo de Plácido Castelo tomou forma absolutamente gerencial, sem criatividade e sem se ater aos desafios do progresso. O seu governo iniciou-se em setembro de 1966, período em que política partidária e política econômica tomavam isoladamente seus respectivos destinos. Dentre as realizações de Plácido Castelo destacam-se: a criação do Banco de Desenvolvimento do Ceará (Bandece), a pavimentação da estrada do algodão, a edificação de escolas, hospitais, açudes, presídios e até o magnífico estádio do Castelão.
O CICLO DOS CORONÉIS
César Cals (1971-1975). Assumiu o governo do Ceará a 15 de março de 1971. Estreante em política, logo revelou suas inclinações partidárias, com a criação do “Cesismo” ou formação de tendência política em torno de sua liderança. Inaugurava o “Coronelismo” propriamente dito, com a divisão do PDS em três grupos distintos, ficando as duas tendências, uma com o Coronel Virgílio Távora e outra com o Coronel Adauto Bezerra. Formou-se, então, o “Cesismo”, o “Virgilismo” e o “Adautismo” ou Trindade do poder do coronelismo no Ceará. Durante seu governo foi edificado o Teatro da Emcetur, o Centro de Convenções de fortaleza e a Rodoviária também da Capital.
Adauto Bezerra (1975-1978). Assumiu o governo no início de 1975. Foi um continuador do sistema implantado por Cals, limitando-se à manutenção do clientelismo, forma bastante salutar aos interesses políticos. Entre suas realizações destacam-se: a dinamização dos setores energéticos, com a extensão de linhas ao interior, especialmente nas zonas rurais. Foi responsável pela construção da chamada “Obra do Século” ou a implantação do Interceptor Oceânico na Capital, empreendimento que resultaria em mais uma fonte de corrupção administrativa. Envolveu somas mirabolantes, cobriu-se de propaganda e nada resultou em termos de saneamento urbano.
Virgílio Távora (1978-1982). O penúltimo governo do ciclo dos coronéis se deu com a reedição do Coronel Virgílio Távora no poder. Nessa fase, a despeito das distorções tendentes ao clientelismo, sua administração ainda se orientou dentro das técnicas de planejamento. Instituiu o PLAMEG II. Houve como consequência a reativação do Distrito Industrial de Fortaleza, a dinamização do turismo e a ampliação do sistema de abastecimento de água da Capital, com previsão de atendimento até o ano dois mil.
Gonzaga Mota (1983-1987). Foi o último dos governantes do Ceará vinculados ao ciclo dos coronéis. O professor Luís de Gonzaga Fonseca Mota, economista, foi recrutado pelo Coronel Virgílio Távora para servir na sua administração como Secretário de Planejamento. O seu nome surgiu como uma forma de solucionar o impasse entre os três Coronéis que brigavam pelo poder. No entanto, Gonzaga Mota traiu os Coronéis aliando-se aos empresários da FIEC.
Jaqueline Aragão Cordeiro
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