Hotel Excelsior

Excelsior Hotel – Arquivo Nirez

O primeiro “arranha-céu” de Fortaleza foi inaugurado no dia 31 de dezembro de 1931, era o marco de um novo tempo que chegava à Fortaleza. Além de ser pioneiro com seus sete andares e um terraço, também foi um dos primeiros hotéis da cidade. O Hotel Excelsior é o edifício mais antigo ainda de pé na capital cearense. O prédio foi erigido no cruzamento das ruas Major Facundo e Guilherme Rocha, no local onde era o sobrado  do Comendador José Antonio “Machado” e que havia sido construído em 1825.

Em outubro de 2014, fizeram 50 anos do fechamento definitivo do prédio como hotel, fato que se deu em 1964. Nos seus 33 anos de funcionamento, recebeu autoridades, artistas do cinema e cantores nacionalmente conhecidos. Entre os hóspedes famosos do hotel, podemos citar, por exemplo, aviadora Amélia Earhart , o presidente Juscelino Kubitschek e o cineasta Orson Welles.

No seu terraço, funcionou por muitos anos o American Bar, cenário de recepções de festas da sociedade, por sua vista privilegiada, já que aquele era o maior prédio da cidade de Fortaleza de então. Também era equipado com salão de beleza e barbearia, para comodidade de seus hóspedes. Após a construção do Hotel Excelsior, outros prédios começaram a ser erguidos em Fortaleza, por exemplo, o prédio dos Correios e Telégrafos, em 1934 e do Edifício Parente, em 1936.

O Excelsior também é o último representante da arquitetura eclética. Em 1931, a arquitetura dominante ainda era a eclética, nos padrões da Belle Époque. A modernidade só chegaria por aqui em 1950 e 1960. E a França só vai diminuir um pouco sua influência após o fim da Segunda Guerra, com o advento do cinema, exaltando os costumes americanos.

Começou a ser construído como um prédio de alvenaria de tijolos de três pavimentos por volta de 1928/1929. Então, o proprietário, Plácido de Carvalho, resolveu elevá-lo para oito andares. Houve alerta dos engenheiros sobre os perigos. E então, o proprietário contratou o engenheiro Archias Medrado, que acrescentou à obra, uma estrutura de concreto armado complementar.

Durante os últimos 86 anos, o mais antigo “arranha-céu” de Fortaleza teve três proprietários. O primeiro foi Plácido de Carvalho. Após a morte de Plácido, o imóvel passa a pertencer a sua viúva, Pierina, ela morre em 1957 e após seu falecimento, o hotel é herdado por seu novo marido, o arquiteto Emilio Hinko, que logo em seguida é arrendado. Emilio Hinko, traz parte da família para o Ceará, já que a Hungria, após a adoção do regime comunista, passa a oferecer menos oportunidades de trabalho para o seu povo. E entre seus parentes, está o único herdeiro vivo do arquiteto no Brasil, o cônsul geral honorário da Hungria, Janos Fuzesi Junior, hoje proprietário do Hotel Excelsior. Ali já foi o sobrado do Comendador Machado, o Hotel Central e o Café Riche.

A Mobília veio da Europa. Entre os itens, lençóis e toalhas de mesa em linho irlandês, móveis e lustres no estilo Art-Nouveau e piano de cauda Donner para o salão de jantar. Ao todo, tinha 120 apartamentos e 13 suítes. É no Hotel Excelsior que acontece o Natal de Luz, em Fortaleza. Todos os anos o prédio serve de palco para o coral das crianças, durante o mês de dezembro.

Fonte: Jornal Diário do Nordeste/Cidade
Jaqueline Aragão Cordeiro

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