Ildefonso Albano nasceu em Fortaleza, no dia 12 de fevereiro de 1885 e faleceu no Rio de Janeiro, em 22 de dezembro de 1957. Era filho de José Albano Filho e de Maria de Abreu Albano. Era neto de José Francisco da Silva Albano, o Barão de Aratanha.
Estudou no Seminário de Fortaleza, tendo completado sua formação escolar na Inglaterra e na Áustria. Ao voltar da Europa, onde se dedicara ao estudo do algodão e da tecelagem, assumiu o cargo de gerente da firma Albano & Irmão. Cursou até o terceiro ano da Faculdade de Direito do Ceará, mas não obteve o bacharelado.
Era casado Alfa Rabelo (1892-1941), filha do general Franco Rabelo, com quem teve quatro filhos. Recebeu do sogro, a nomeação de intendente municipal de Fortaleza, cargo correspondente ao de prefeito, que exerceu de 18 de julho de 1912 a 12 de julho de 1914.
Nesse período, foi responsável pela reforma urbanística de importantes áreas da cidade como a arborização da Avenida Alberto Nepomuceno, reforma e construção dos jardins da Praça General Tibúrcio, considerada sua obra mais dispendiosa e demorada. O jardineiro, contratado no Rio de Janeiro, organizou o plantio de árvores nobres como cássias imperiais, jacarandás, casuarinas, araucárias, painás, palmeiras, além de flores e plantas ornamentais. Retirou um velho gradil de ferro, substituindo-o por balaustrada artística, encimada por combustores, jarros bronzeados e três estátuas de animais, que hoje, identifica a praça como “Praça dos Leões”.
Reformou também, o Parque da Independência (atual Parque das Crianças).
No campo da saúde pública, juntamente com a Inspetoria de Higiene, promoveu uma cruzada contra os quiosques anti-higiênicos que estavam enfeiando as praças. Na Avenida Bezerra de Menezes, obrigou a retirada de dois deles, sem indenização. Zelando pelo asseio do Mercado Público, proibiu o estacionamento das engenhocas que vendiam caldo de cana.
Para viabilizar o serviço de limpeza pública, dividiu a cidade e quatro distritos, ocupados por subinspetores subordinados à Inspetoria de Higiene, que por sua vez, cuidaria apenas do distrito central. Mesmo reconhecendo que o sistema trouxera despesas, Albano orgulhava-se pois a cidade se tornara mais higiênica.
Proíbe vendedores ambulantes de de qualquer produto que acarretasse sujeiras, mas reconhece também, que a população não ajudava com a limpeza urbana, varrendo seu lixo pra rua e os meninos e animais, remexendo nas latas de lixo.
Trabalhou na conservação dos calçamentos, criou uma banda municipal que uma vez por semana, tocava nos logradouros públicos. Após deixar a prefeitura, representou o Ceará na Câmara dos Deputados nas legislaturas 1915-1917 e 1918 1920, destacando-se por defender firmemente o combate às secas.
Foi novamente nomeado prefeito de Fortaleza, de 2 de janeiro de 1921 a 12 de junho de 1923, deixando esse cargo para assumir o governado do estado em substituição a Justiniano de Serpa, falecido no meio do mandato, permanecendo no cargo de 12 de julho de 1923 a 12 de julho de 1924. Fez poucas reformas no secretariado e fez uma administração sem expressão.
Após deixar a presidência do estado, encontrou sua antiga empresa comercial em crise financeira. Mudou-se então para o Rio de Janeiro, onde passou a viver como caixeiro e depois guarda-livros. Fundou a Sociedade Cearense de Agricultura e redigiu o “Manifesto aos agricultores”. Foi adido comercial do Brasil em Cuba, lecionou no Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, foi presidente do Conselho Nacional do Trabalho e membro correspondente da Academia Cearense de Letras.
Fonte: Fortaleza Belle Époque (Sebastião Rogério Ponte) / 1001 Cearenses notáveis (Francisco Silva Nobre) / Revista do Instituto do Ceará – Os Presidentes do Ceará de Franco Rabelo até 1930
Jaqueline Aragão Cordeiro
COISA DE CEARENSE