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Mestra Margarida Guerreiro

Jaqueline Aragão Cordeiro, 3 de maio de 201927 de março de 2019

Nome: Maria Margarida da Conceição (Mestra Margarida Guerreiro)
Data de nascimento: 21/06/1935 em Alagoas
Atividade: Reisado
Cidade: Juazeiro do Norte (CE)
Ano da nomeação: 2004

Da sua infância em Alagoas, trouxe influência para fundar em Juazeiro o grupo “As Guerreiras de Joana d’Arc”, reisado formado exclusivamente por mulheres, e três treme-terra. Os blocos de moças com espadas resistem, cantando e dançando a arte do povo nordestino.

Maria Margarida da Conceição é natural de Alagoas, Maceió. Conhecida como Margarida Guerreiro, ela chegou ao Cariri aos oito anos. Havia vivenciado as artes populares na terra natal e, residindo em Juazeiro do Norte, se dedicou ao Guerreiro, sequência de cantigas dançadas. Foi titulada como mestre da cultura em 2004. Hoje, reside na Casa do Idoso Associação Assistencial José Bezerra de Menezes, também em Juazeiro, onde conserva seus trajes, sua alegria e sua voz.

Desde que chegou em Juazeiro do Norte, a menina de voz grave começou uma reinação que preencheria seus dias e lhe tornaria mestre da cultura: o Guerreiro. Provavelmente surgida em Alagoas nos anos 1920, a brincadeira tem personagens, figurantes, episódios, trajes e enfeites.

A família, toda nascida em Maceió, veio caminhando em passos de fé até chegar ao Cariri. Pai, mãe e vários irmãos pequenos, andaram enfileirados durante dias até chegar à terra de Padre Cícero. Por decisão da mãe, que todos os anos vinha a Juazeiro pagar promessa ao “Padim”, se mudaram definitivamente para Juazeiro.

A saúde já está frágil e a audição comprometida, e Margarida reconta histórias do passado em fragmentos. Logo depois de chegar ao Cariri, reuniu um grupo de vizinhas para brincar. A arte popular era encenada no quintal e as vozes ecoavam pela rua. Uma vizinha que tinha um reisado e um guerreiro, passou e a viu cantando, a voz grave foi como o canto de sereia. A mulher então, pediu permissão para levar a menina para as brincadeiras cidade afora.

Margarida construiu um legado imensurável. Ensinou dezenas de crianças a firmar os pés no passo da dança. Brincou em terreiros de todo o Cariri e fundou o Grupo Guerreiro Santa Joana D`Arc. Até hoje, mesmo com a idade avançada, apesar de não lembrar mais seu ano de nascimento, Margarida garante que o mundo ao redor para quando ela dança.

Dos filhos que teve, só as meninas gostavam das artes populares. Os herdeiros deveriam ser 18, mas muitos morreram e a memória fraca não a deixa lembrar quantos estão vivos. Impresso na mente de Dona Margarida, está mesmo é o repertório de canções usadas nas brincadeiras: “Quando eu vejo a verde campina, eu me alembro dos teus carinhos, do tempo em que eu te amava”, canta de repente e faz levantar o olhar dos passantes. A voz continua imponente.

Fonte: Jornal O Povo / Anuário do Ceará
Jaqueline Aragão Cordeiro

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