Pero Coelho de Sousa foi um explorador português, oriundo dos Açores, primeiro representante da Coroa portuguesa a desbravar os territórios da capitania do Ceará no inicio do século XVII.
Em 1603, requereu e obteve da Corte Portuguesa por intermédio de Diogo Botelho, oitavo Governador-geral do Brasil, o título de Capitão-mor para desbravar, colonizar e impedir o comércio dos nativos com os estrangeiros que há anos atuavam na capitania do “Siará Grande”.
No mês de julho, seguiu com 65 soldados e 200 índios pela beira Mar, da Paraíba ao Ceará. Só descansaram na embocadura do rio Pirangi, que foi batizado de Siará, onde ficaram todo o resto do ano. Em 1604 depararam-se com piratas franceses na região da Ibiapada e ali foi travada uma grande batalha que resultou em 17 soldados mortos, mas deu a vitória a Pero Coelho. Foi um período de paz com os mourubixabas: Irapuã, Diabo Grande e Ibaúna, Pero Coelho ganhou fama prestígio e o apelido de “Punaré”, que significa “de cor avermelhada”.
De volta ao acampamento na Barra do Siará, o Capitão-Mor resolve erguer um pequeno Forte que recebeu o nome de São Tiago e um Arraial iniciou-se na imediações com a denominado de Nova Lisboa. Deixou o contingente nesse forte e retornou a Paraíba para conseguir mais recursos e trazer sua família. Nessa volta à Paraíba, ele levou consigo diversos indígenas escravisados para vender.
Dezoito meses depois, Pero Coelho retorna o Ceará, trazendo sua esposa Maria Tomázia e filhos. Em 1605/1606, É registrada a primeira seca da história do Nordeste Brasileiro, a fome e a sede causa a morte de seus dois filhos pequenos, Pero Coelho resolve voltar para o Rio Grande do Norte, e nesse retorno, morre de inanição seu filho mais mais velho, isso o deixa profundamente deprimido e sem condições de comandar o retorno. Então, sua esposa Maria Tomázia toma a frente da trágica retirada e guia o grupo com determinação. Dos 65 homens brancos e 200 índios que saíram do Ceará, pouco mais de meia dúzia chegaram ao Forte dos Reis Magos, em Natal. O velho e temido Punaré, morre meses depois em Lisboa, enlouquecido, sem dinheiro, e sem credibilidade, pois ninguém acreditou na dramática história da seca.
Segundo o Sargento-Mor Diogo de Campos Moreno, em 1614, Pero Coelho de Souza foi o primeiro a ter seu nome ligado a escravidão das populações indígenas do Brasil, escravizando primeiro os índios da Ibiapaba e do rio Jaguaribe. O relato do Sargento-Mor Diogo mostra que Pero Coelho de Souza, arregimentou soldados e índios para conquistar o Maranhão num trajeto passando por mar até o Ceará e, dali, indo por terra passando pela serra da Ibiapaba, não indo além, devido os violentos confrontos com os índios Tabajaras da serra, liderados pelo morubixaba (cacique) Irapuã (Mel Redondo). Nessa batalha armada, os índios saíram vencidos, sendo então, vendidos como escravos para os engenhos do litoral. Vale ressaltar que, aproximadamente, oitocentos índios que acompanhavam e ajudavam a Pero Coelho de Souza na condição de aliados também foram posteriormente escravizados.
Fonte: Wikipédia e Ceará.com.br/fortaleza
Jaqueline Aragão Cordeiro