Rodolfo Marcos Teófhilo Nasceu em Salvador (BA), no dia 6 de maio de 1853, e faleceu em Fortaleza, no dia 2 de julho de 1932. Era filho do Dr. Marcos José Teófilo, médico, e de D. Antônia Josefina Sarmento Teófphilo. Foi romancista, contista, naturalista, historiador e político. Passou quase toda sua vida no Ceará exercendo atividades de escritor e cientista, merecendo por isso ser considerado cearense, como era seu desejo.
Pobre e órfão, foi educado pelo Barão de Aratanha que o matriculou no Ateneu Cearense, contudo, deixou os estudos para ser caixeiro-viajante. Formado farmacêutico, em 1875, pela Faculdade de Medicina da Bahia, estabeleceu-se no Ceará, desenvolvendo logo o pendor para o cientificismo característico na sua obra. Diplomado, dirigiu uma farmácia em Pacatuba, depois na capital. Foi mais tarde professor de ciências naturais na Escola Normal e membro de diversas sociedades culturais. Sua obra ficou marcada pelo exagero em que é mostrada a seca no nordeste e os tipos flagelados caracterizados com excesso.
Depois de assistir o descaso da administração pública frente à grande epidemia de varíola de 1878 no Ceará, Rodolfo Teófilo decide iniciar uma campanha de vacinação contra a doença. Aprendeu a fabricar a vacina e, em 1901, usando para isso seus próprios recursos financeiros, passou a vacinar o povo com ajuda de sua mulher e um criado. Os únicos limites à sua filantropia foram a falta de recursos e infraestrutura, problemas que tentou contornar criando uma pequena indústria, cujos lucros foram utilizados para a construção de seu instituto vacínico – “Vacinogênio Rodolpho Teophilo”. Conforme seus próprios relatos, andava pelos subúrbios, de casa em casa, de palhoça em palhoça, vacinando as pessoas. Somente mais tarde, criaria a Liga Cearense Contra a Varíola, contando então com voluntários em praticamente todo o interior do estado na luta contra a doença.
Por causa disso, foi perseguido durante o governo de Antônio Pinto Nogueira Accioli, do qual era opositor, acusado de desmoralizar a autoridade que estava totalmente alheia ao sofrimento do povo cearense, Rodolfo Teófilo foi humilhado nos jornais e demitido do Liceu do Ceará.
Tomou parte dos movimentos literários do Ceará, tendo pertencido, desde 1894, à Padaria Espiritual, entidade de fins literários e artísticos que se fundara em Fortaleza, dois anos antes, com o nome de “padeiro” Marcos Serrano.
Foi membro fundador da Academia Cearense de Letras. É considerado um dos principais expoentes da literatura regional-naturalista do Brasil e um dos maiores nomes da literatura do Ceará. Em sua homenagem, o Centro Acadêmico de Farmácia da Universidade Federal do Ceará tem o seu nome.
Sua experiência com a seca, a fome, e sendo sanitarista, Rodolfo Teófilo expõe suas experiências em suas obras literárias, onde, muitas vezes não foi compreendido pelo que pôs em seus textos, sendo descritivo demais nas mazelas que a população estava sofrendo. Contudo, vale salientar que era uma característica da época, escola do Naturalismo, entrar em mínimos detalhes naturais e patológicos, como também a influência que o autor teve de sua formação acadêmica. Inventou a cajuína, bebida não-alcoólica popular em todo o Nordeste.
Fonte: Wikipedia / Recanto das Letras
Jaqueline Aragão Cordeiro